Quem cria o quê?

Em 1962 o sociólogo Everett Rogers publicou sua tese de doutorado (PhD), denominada Difusion of Innovations. Nela, Rogers destaca a teoria de que as inovações não se difundem linearmente nos diferentes segmentos da sociedade, e identifica também cinco etapas ao longo dos quais uma inovação seria adotada, cada uma delas correspondendo a um perfil de reação diante de uma determinada inovação.

Confuso? Que nada. Basicamente, o sociólogo explica o que todos nós já percebemos: uma tendência não se estabelece do dia para a noite; precisa, antes disso, percorrer um longo caminho até que se estabeleça. E nesse caminho é que entram os perfis descritos por Rogers: Innovators, Early Adopters, Early Majority, Late Majority e Laggards.

Os inovadores são um pequeno e seleto grupo que tende a adotar uma inovação ou tecnologia antes que ela se estabeleça, normalmente sendo indicados como formadores de opinião. Lançada a tendência, ela passa para os Early Adopters, que são um grupo maior que o dos inovadores, mas sem a mesma disposição em assumir os riscos por uma inovação. São eles que dão visibilidade a uma tendência, até que ela chegue na Early Majority, que compõe uma grande fatia da indústria do consumo e constitui a prova de que uma tendência está estabelecida, pois só adotam algo que já tenha sido amplamente difundido. Os demais perfis estão no final do ciclo de uma tendência, que provavelmente já estará ultrapassada quando for adotada pelos retardatários (laggards).

Como aqueles que de fato inovam são uma minoria, sobra bastante visibilidade para os Early adopters, pois apesar de constituírem menos de 14% do público de uma inovação, eles são referência para os demais. Exemplos não faltam. O que dizer da cantora Rihanna? Ela já foi morena, loira, ruiva e teve muitos estilos ao longo da carreira. Há quem a chame de fashion victim, mas não se pode negar que ela adota e difunde tendências com uma rapidez que impressiona.