quinta-feira, 21 de junho de 2012

GO FRIENDLY

Chá-verde, açúcar e alguns micro-organismos.
Esses são os ingredientes necessários, juntamente com a ação do tempo (aproximadamente 2 ou 3 semanas), para você cultivar uma peça de roupa. Ainda não entendeu? A gente explica melhor! 
Trata-se do desenvolvimento de uma nova tecnologia para produzir tecidos através da biocultura em laboratório, trazendo uma visão inovadora no campo têxtil para o futuro. Durante o cultivo do tecido, não são utilizados produtos de origem animal e os químicos são restritamente mantidos em poucas quantidades.
O projeto é cativante, porém, possui uma longa caminhada até ser concretizado. Infelizmente o tecido não é resistente a água, dessa forma, o uso acaba tornando-se muito limitado. Inclusive, o próprio suor do nosso corpo, já faz com que a peça se desgaste.






No vídeo abaixo podemos ver como a designer cria seus tecidos e os transforma em produto de moda. Agora, sob a atenção de um laboratório, os cientistas procuram desenvolver meios para tornar o tecido mais resistente e também produzi-lo em grande escala. Vale a pena assistir! 

domingo, 17 de junho de 2012

Ponto a ponto

Parece que a onda do handmade e a filosofia slow down chegaram de vez. Nos últimos anos, é notável o crescimento de marcas que optam por roupas produzidas à mão, longe das grandes linhas de produção. Essa semana, estréia na Casa de Criadores a  Rödel Latin America, marca da estilista Helen Rödel. Com peças modernas e coloridas, ela dá uma nova cara ao tricô e a sua ousadia foi desfilada na Semana de Moda Islandesa de 2009, que já teve como patrona a nada convencional Vivienne Westwood.



Helen é gaúcha, e sua marca tem sede em Porto Alegre. Para ela, a maior dificuldade no ramo está em encontrar mão de obra qualificada, pois cada peça chega a levar trinta horas para ser confeccionada, e a paciência, portanto, é fundamental. Para apresentar sua coleção MMXI, ela produziu o mini documentário abaixo, que explica melhor o seu trabalho e é absurdamente lindo.




O trabalho da estilista é tão carregado de significados que surpreende, encanta e envolve o consumidor, além de abrir nossos olhares para os novos rumos que a moda está tomando. Em meio à produção em massa, surge o despertar de uma nova sensibilidade, uma volta às raízes e, consequentemente, a procura por roupas com gostinho de casa de vó. É um olhar poético se delineando sobre o vestir, e vale a pena ficar de olho, pois ao que tudo aponta, o slow down está conquistando um espaço definitivo no cenário da moda mundial.




Faça você mesmo

Quando eu entrei no curso de moda, metade da turma de calouros se apresentou justificando a escolha do curso pelo fato de amar a área e ter costurado roupinhas para as próprias barbies. Clichê ou não, o óbvio é que, ao longo de nossas vidas, muitos de nós nos aventuramos pelos caminhos da costura, seja desenhando roupas, confeccionando-as para bonecas ou mesmo imaginando poder criar as próprias peças. Sarah Kate Beaumont, uma artista de NY, simplesmente decidiu levar a ideia mais a fundo, e, desde 2008, vem costurando absolutamente tudo o que veste. 


Foi durante a crise financeira, quando abandonou o seu emprego para entregar-se ao sonho de ensinar adultos e crianças a costurar, que a artista começou a amadurecer a ideia. Para ela, se você pode fazer algo com as suas próprias mãos, não há razão para comprá-lo. E desde então, Sarah vem confeccionando todas as suas peças, incluindo calcinhas, soutiens e chapéus, apenas permitindo-se comprar meias e sapatos. Do closet antigo, só restou uma  velha calça jeans.


Ela começou aos pouquinhos. Insatisfeita por nunca encontrar peças exatamente como imaginava, passou a produzi-las, e a cada roupa confeccionada, a satisfação pessoal aumentava. Hoje, ela valoriza cada detalhe, desde a escolha dos tecidos até o acabamento, pois assim cria uma relação ainda mais especial com aquilo que veste.

E tem mais, nada de revistas de moda, ou mesmo aquelas com moldes prontos: a artista busca inspiração e referência em livros de história, desligando-se das tendências e confeccionando apenas aquilo que lhe agrada visualmente. Não é incrível?


Para quem se interessou, em seu blog Very Sweet Life Sarah conta mais sobre o projeto, além de mostrar fotos e vídeos de suas peças, bem como algumas lições de costura. Achei criativo e sustentável, e você?



sábado, 9 de junho de 2012

American Way of Life

Camille Rowe posa para o lookbook da Free People do mês de Junho.O photoshoot traz uma atmosfera americana, clicado por Thomas Northcut em Coney Island, NY.










sexta-feira, 8 de junho de 2012

De dia é Maria, de noite é João

Andrej Pejic está nas páginas da próxima edição da Revista Candy, com um editoral que traz Andrej homem (como veio ao mundo) e Andrej mulher. Clicado por Ali Mahdavi, o it woman-boy aparece com looks assinados por Suzanne Aichinger e rendeu até uma foto peladinho, "vestindo" só um colar.







quinta-feira, 7 de junho de 2012

Round #1



Eis que certo dia Marc Jacobs acorda e encontra sua loja pichada fora a fora com a palavra "ART". O responsável por essa provocação é o grafiteiro americano Kidult, que anda agitando o mundo da moda. Seu alvo preferido são lojas de grandes marcas em NovaYork. Kidult já pichou a Hermès, Christian Louboutin, Céline e a  Louis Vuitton.
Marc Jabobs após encontrar sua loja pichada, fotografou e postou a foto em sua conta no Twitter com a legenda que dizia "Art by Art Jacobs". A repercussão da foto foi positiva com comentários de pessoas que curtiram o "novo visual" da loja. Kidult não ficou de fora e postou uma foto de homens limpando o grafite, com a legenda "I did some art?"
E as provocações não pararam por aí. Na mesma semana Marc Jacobs anunciou o lançamento de uma camiseta com uma foto da loja pichada estampada, com a mesma legenda da imagem postada no Twitter, pelo valor de 689 dólares.



Logo em seguida Kidult anunciou a venda de uma camiseta bem parecida, tirando a legenda e o valor dela. "Not art by Kidult" por 8,90 dólares.



Pena que as vendas estão esgotadas! 

domingo, 3 de junho de 2012

E se o seu tênis nascesse e crescesse?

A sociedade em que vivemos está reinventando-se constantemente. Hoje, padrões comportamentais tomados como éticos diferem muito daqueles adotados há anos atrás, pois a dinâmica social se modifica e, com ela, nossa maneira de pensar o mundo.
Se voltarmos no tempo, por exemplo, utilizar peles de animais ou materiais de fontes não-renováveis não era preocupação de ninguém, e hoje a discussão torna-se cada vez mais acirrada. O que acontece é que, com o avanço da ciência, o homem descobriu novas formas de manipular a natureza a seu bel-prazer, e a pergunta que não quer calar é: até que ponto isso é aceitável?
É o caso da marca Rayfish, que está confeccionando tênis a partir da pele de arraias geneticamente modificadas. 


A marca diz estar em operação por mais de uma década, criando arraias em suas instalações na Tailândia. Em 2011, conseguiram projetar a a "primeira arraia inteiramente bio-customizada", modificando o seu DNA para combinar cores e texturas, que hoje originam itens únicos, chegando a custar mais de 3 mil reais.
Segundo o site, os tênis são desenvolvidos a partir do princípio "um peixe, um sapato", e o processo de produção patenteado combina a sabedoria antiga com técnicas de ponta, para criar um produto fashion e sustentável.

Tênis de couro de arraia, você usaria?

Partindo do slogan 'Grow your own sneaker', o consumidor pode entrar no site e montar o seu próprio calçado, combinando as estampas disponíveis, e assim, quando a arraia estiver no tamanho correto, eles a transformam em um par de tênis único. Para a Rayfish, após a produção em massa, vem a customização em massa, e a bio-personalização é o próximo passo. Polêmicos, não?
Parece que a transformação genética é realmente o zeitgeist do momento, e fica impossível não lembrar do futurismo orgânico, que já citamos aqui no blog: chegamos ao tão esperado futuro, onde o homem é um semideus, capaz de modificar tudo a sua volta de acordo com suas vontades. Por fim, cabe observar que os tênis são sim, bonitos, e a proposta de customização não deixa de ser interessante. Porém, existe realmente a necessidade de modificar geneticamente um animal para isso?
Para Juliana Brondizio Portela, estudante de moda e parte da equipe do RaveShot, além de desnecessário, é um absurdo, pois com os avanços na área da tecnologia têxtil e engenharia de materiais, algo semelhante poderia ser feito, sem precisar das arraias em questão. Quem partilha da mesma opinião é a estudante de medicina, Francine Berlesi: segundo ela, a prática é futil e desrespeita a vida, pois é ambíguo lutarmos por causas ambientais ao mesmo tempo em que matamos animais raros por uma estampa. Já Lidiane Almeida, estudante de Jornalismo, considera desnecessário, porém acha que a consciência deveria ser tomada por parte dos fabricantes da marca, cabendo ao consumidor o livre arbítrio. A favor da Rayfish, temos Rafael Cizeski Nitchai, estudante de matemática, nerd e apaixonado pela ciência, que considera uma hipocrisia defender as arraias, uma vez que elas são criadas para esse propósito, não se tratando, assim, da caça a um animal selvagem. 



Agora queremos saber, o que você acha dessa história toda? Usaria um tênis assim?  Conta a sua opinião pra gente! Garanto que ainda vamos
 ouvir falar muito da Rayfish por aí.