A sociedade em que vivemos está reinventando-se constantemente. Hoje, padrões comportamentais tomados como éticos diferem muito daqueles adotados há anos atrás, pois a dinâmica social se modifica e, com ela, nossa maneira de pensar o mundo.
Se voltarmos no tempo, por exemplo, utilizar peles de animais ou materiais de fontes não-renováveis não era preocupação de ninguém, e hoje a discussão torna-se cada vez mais acirrada. O que acontece é que, com o avanço da ciência, o homem descobriu novas formas de manipular a natureza a seu bel-prazer, e a pergunta que não quer calar é: até que ponto isso é aceitável?
É o caso da marca Rayfish, que está confeccionando tênis a partir da pele de arraias geneticamente modificadas.
A marca diz estar em operação por mais de uma década, criando arraias em suas instalações na Tailândia. Em 2011, conseguiram projetar a a "primeira arraia inteiramente bio-customizada", modificando o seu DNA para combinar cores e texturas, que hoje originam itens únicos, chegando a custar mais de 3 mil reais.
Segundo o site, os tênis são desenvolvidos a partir do princípio "um peixe, um sapato", e o processo de produção patenteado combina a sabedoria antiga com técnicas de ponta, para criar um produto fashion e sustentável.
Tênis de couro de arraia, você usaria? |
Partindo do slogan 'Grow your own sneaker', o consumidor pode entrar no site e montar o seu próprio calçado, combinando as estampas disponíveis, e assim, quando a arraia estiver no tamanho correto, eles a transformam em um par de tênis único. Para a Rayfish, após a produção em massa, vem a customização em massa, e a bio-personalização é o próximo passo. Polêmicos, não?
Agora queremos saber, o que você acha dessa história toda? Usaria um tênis assim? Conta a sua opinião pra gente! Garanto que ainda vamos
Parece que a transformação genética é realmente o zeitgeist do momento, e fica impossível não lembrar do futurismo orgânico, que já citamos aqui no blog: chegamos ao tão esperado futuro, onde o homem é um semideus, capaz de modificar tudo a sua volta de acordo com suas vontades. Por fim, cabe observar que os tênis são sim, bonitos, e a proposta de customização não deixa de ser interessante. Porém, existe realmente a necessidade de modificar geneticamente um animal para isso?
Para Juliana Brondizio Portela, estudante de moda e parte da equipe do RaveShot, além de desnecessário, é um absurdo, pois com os avanços na área da tecnologia têxtil e engenharia de materiais, algo semelhante poderia ser feito, sem precisar das arraias em questão. Quem partilha da mesma opinião é a estudante de medicina, Francine Berlesi: segundo ela, a prática é futil e desrespeita a vida, pois é ambíguo lutarmos por causas ambientais ao mesmo tempo em que matamos animais raros por uma estampa. Já Lidiane Almeida, estudante de Jornalismo, considera desnecessário, porém acha que a consciência deveria ser tomada por parte dos fabricantes da marca, cabendo ao consumidor o livre arbítrio. A favor da Rayfish, temos Rafael Cizeski Nitchai, estudante de matemática, nerd e apaixonado pela ciência, que considera uma hipocrisia defender as arraias, uma vez que elas são criadas para esse propósito, não se tratando, assim, da caça a um animal selvagem.
Agora queremos saber, o que você acha dessa história toda? Usaria um tênis assim? Conta a sua opinião pra gente! Garanto que ainda vamos
ouvir falar muito da Rayfish por aí.
Que coisa louca! HAHA Ótimo post, gostei demais dessa notícia. Muito bom mesmo, mas acho que não usaria um tênis desses.
ResponderExcluirParabéns, Meninas! (: