Em geral, possuímos fotos de
momentos em família, celebrações com amigos, parentes ou com os sujeitos mais
remotos, o primo de terceiro grau, por exemplo. Richard Billingham, fotógrafo
inglês mais conhecido pelo seu livro de fotografia Ray’s A Laugh, documentou alguns momentos em família; momentos,
porém, carregados de tensões, crises, alcoolismos e compulsões. As fotos de
Richard revelam momentos de pura introspecção, subjetividade, com uma pitada de
confissões, além da realidade: um pai alcoólatra, uma mãe obesa, tatuada e
viciada em puzzles e um filme
fotográfico barato, com cores intensas e fora de foco. As fotos de Richard se
assemelham muitos às da fotógrafa Nan Goldin (que já passou por aqui, no Trend)
no quesito hostilidade; soco no estômago; realidade nua. O que deixa, portanto,
o trabalho de Richard especial é esse ar grotesco, onde as privações surgem
como instinto e inspiração para sobreviver no seu próprio submundo.
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