quinta-feira, 3 de maio de 2012

The Crazy Ones


Louise Bourgeois já havia dito "A arte é uma garantia de sanidade", isso explica bem a história de Arthur Bispo do Rosário.
Nordestino, descendente direto de escravos, saiu de Japaratuba - Sergipe, para morar no Rio de Janeiro. Trabalhou em diversos lugares, inclusive serviu na Marinha e em 1938 enquanto trabalha de jardineiro no quintal da casa de seu patrão, teve a sua primeira alucinação em que dizia ter visto Cristo acompanhado de sete anjos azuis. Ouvia vozes e acreditava ter sido enviado à terra por Deus. Logo após o surto, foi internado e diagnosticado como esquizofrênico-paranoico e viveu por volta de 50 anos dentro do manicômio, Colônica Juliano Moreira, no bairro de Jacarepaguá no Rio de Janeiro, onde começou seu acervo de arte.
Criou compulsivamente mais de 800 trabalhos no seu período de internação, utilizando diversos materiais (canecas, móveis, botões, vassouras, colheres, tudo que encontrava no hospício) e transformando a matéria mais simples em mantos, esculturas e instalações, todos transbordando poesia.
O conteúdo artístico de suas obras era gigantesco para uma pessoa que nunca teve acesso à um estudo de artes, nunca aprendeu a pintar e muito menos havia feito uma visita à um museu na vida.

Manto de Apresentação (lã, linha, papelão e metal)


Bispo faleceu em 1989, aos 89  anos de idade. O reconhecimento de suas obras veio a acontecer em 1985, quando representou o Brasil na Bienal de Veneza, seguindo para outras mostras como de Paris, Nova Iorque e outros importantes centros de artes do mundo.
Este ano, as obras de Arthur Bispo estarão em uma exposição individual na Bélgica, passará com 23 trabalhos pela Bienal de Lyon na França e será um dos principais destaques da 30ª Bienal de São Paulo. 
Um dos fatos mais interessantes da história de Bispo, é que pessoas próximas à ele diziam que o artista conseguia saber quando iria surtar, então, acolhia o surto e depois saía dele por meio da criação. 

Semblantes (tecido, linha, papelão e plástico)

Butões para Paletó, Sobretudo, Capa, Pereline

Com toda essa história de loucura e arte, me lembrei da campanha da Apple de 1997. Fica o vídeo original da propaganda, vale muito apena ver e refletir:

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